
A vida às vezes nos conduz por caminhos que não estavam
em nossos planos, e às vezes, acaba acertando em nossas escolhas. Quem diria
que por nenhum motivo pessoal especifico, minha estrada iria se encontrar com a
educação especial, ou que de tantas descobertas uma área especifica me
atrairia. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um mundo novo que a cada dia
mais desperta minha curiosidade.
Assim como busco freneticamente por respostas,
algumas pessoas também são assoladas por dúvidas. Por isso, através de uma
conversa informal com a Letícia que é responsável por esse blog (Cantinho para
livro) resolvi esclarecer algumas indagações, já que são perguntas fáceis de
serem respondidas. Cabe ressaltar que essas não estarão voltadas para
pedagogia, mas ligadas ao caso clinico, ou seja, como se identifica, quais as
características, procedimentos e etc. Então, vamos lá!
·
O que
é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
De acordo com Maria
Alice Fontes, esse apresenta dificuldades em ser relacionar socialmente, ou
seja, os mesmos não conseguem interagir com outros indivíduos. Entretanto, nem
todos os autistas especificadamente apresentam esses sintomas, isso é de acordo
com cada caso.
·
Quem foi o primeiro a identificar o TEA,
como surgiu o interesse?
Essa é uma pergunta um
pouco complexa, por isso baseado na Revista Autismo (2010) o assunto foi
levantado inicialmente por Kanner em 1943, o mesmo era um psiquiatra infantil e
baseou sua pesquisa em grupo de crianças descrita pelo mesmo como “gravemente
lesadas” e que possuíam uma dificuldade de relacionamento pessoal com outros
sujeitos. Suas descobertas foram expostas em sua pesquisa e nomeada de
“Autistic Distubance of Affective Contact” (Distúrbio Austístico do Contato
Afetivo). Entretanto cabe ressaltar que após essa experiência, um médico
austríaco chamado Asperger, analisou crianças com semelhanças descritas na
investigação de Kanner, todavia essas eram mais inteligentes e não demonstravam
nenhum tipo de atraso na linguagem.
·
Por que atualmente tem o nome de TEA?
Conforme os estudos avançavam e outras descobertas
eram realizadas partiram da idéia de nomear esse tipo de necessidade especial
como Transtornos Globais ou Invasivos do Desenvolvimento (TDG), ou seja, nessa
sigla estava inclusos os autistas, a síndrome de Asperger, Sindrome de Rett e o
Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TGDSOE). Então, recentemente usaram o termo TEA para
envolver todas essas especialidades, sendo esse contemporâneo e novo. Cabe
ressaltar que a síndrome de Rett por apresentar aspectos muito diferentes das
demais estava para ser retirada desse grupo, entretanto não encontrei nenhuma
informação atual que comprovasse esse rompimento clínico.
·
Porcentagem crescente, por quê?
A resposta para essa
questão não esta restrita há um número crescente que ocorreu de forma rápida,
simplesmente o que se verificou é que o acesso a informação permite uma
identificação da síndrome, e o que antes era algo remetido a falta de
conhecimento hoje não é mais. O que se pretende dizer é que não triplicou o
número de casos identificados, simplesmente a identificação que ficou mais
acessível e consequentemente o reconhecimento e tratamento, aumentando então o
gráfico das pesquisas.
·
É verdade que atinge mais meninos do que
meninas?
Sim. Através da Revista
Autismo (2010) o número é de três meninos para quatro meninas.
·
Qual a porcentagem e idade para ser
identificada?
O site Associação de Amigos do Autista (AMA) afirma
que TEA atinge cerca de 0,6% da população e que a mesma pode ser identificada
antes dos três anos de idade pelas características peculiares.
·
Diagnostico.
Ainda de acordo com o
site AMA, o diagnostico pode ser feita através da observação e analise
comportamental, além de contar com o auxilio dos responsáveis. Como ressaltado
na pergunta anterior o diagnostico inicial pode começar aos 18 meses indo até
os 3 anos, pois não há exames para a identificação da TEA.
·
Níveis
O TEA pode ser divido e classificado em três níveis,
sendo necessário um exame atendo para poder conceituar o mesmo. Através da
identificação dos estágios fica mais fácil lidar com as dificuldades
encontradas.
Anexo do site AMA
NÌVEL DE GRAVIDADE
|
COMUNICAÇÂO SOCIAL
|
COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E RESTRITOS
|
Nível 3
“exigindo apoio muito substancial” |
Déficits graves nas habilidades de
comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves de
funcionamento, limitação em iniciar interações sociais e resposta mínima a
aberturas sociais que partem de outros.
|
Inflexibilidade de comportamento,
extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos
restritos/repetitivos interferem acentuadamente no funcionamento em todas as
esferas. Grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.
|
Nível 2
“exigindo apoio substancial” |
Déficits graves nas habilidades de
comunicação social verbal e não verbal, prejuízos sociais aparentes mesmo na
presença de apoio, limitação em dar inicio a interações sociais e resposta
reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem dos outros.
|
Inflexibilidade do comportamento,
dificuldade de lidar coma mudança ou outros comportamentos
restritos/repetitivos aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao
observador casual e interferem no funcionamento em uma variedade de
contextos. Sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações.
|
Nível 1
“Exigindo apoio” |
Na ausência de apoio, déficits na
comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar
interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a
aberturas sociais dos outros. Pode aparentar pouco interesse por interações
sociais.
|
Inflexibilidade de comportamento causa
interferência significativa no funcionamento em um ou mais contextos.
Dificuldade em trocar de atividade. Problemas para organização e
planejamentosão obstáculos à independência.
|
Tabela retirada do site AMA
Esse foi um texto breve, todavia qualquer dúvida ou pergunta entre em contato que tentarei esclarecer. Tais dúvidas pertenciam a Lê e espero ter ajudado. Beijos e até a próxima coluna.
Referência bibliográfica:
- http://www.revistaautismo.com.br/edic-o-0/autismo-e-outros-transtornos-do-espectro-autista
- http://www.plenamente.com.br/artigo.php?FhIdArtigo=207#.V9TSofkrLIV
- http://www.autismconsortium.org/attachments/PIP_PORT_2013.pdf
- http://www.autismo-br.com.br/home/Inicio.htm
- http://www.schwartzman.com.br/php/index.php?option=com_phocadownload&view=category&id=1:deficincia-mental&Itemid=20
- http://www.autismo.org.br/
- http://www.ama.org.br/site/diagnostico.html
Esclareceu algumas dúvidas que tinha, foi um poste útil, mais isso afeta no desenvolvimento familiar, quero dizer vi que eles tem dificuldade, mais com o nível um de autismo eles conseguem ter uma família ?:
ResponderExcluirOI!!
ExcluirAlguns estudos comprovam que alguns autistas conseguem sim formar uma família Adriely, prova é que o Messi jogador de futebol da Argentina é diagnosticado com TEA e é casado e tem filho. Beijos e qualquer dúvida é só perguntar.